Museu das Bonecas e dos Brinquedos possui mais de sete mil itens e um acervo de memórias da infância

Terezinha de Lima Barros de 68 anos, é uma colecionadora de sonhos e também de um acervo de mais de sete mil brinquedos. Ela é a responsável pela criação do Museu das Bonecas e Brinquedos, localizado no bairro Santa Marta em Cuiabá.

Por Fernanda Moraes e Hannah Marques

Terezinha ao lado de “Marília” sua primeira boneca (Foto: Fernanda Moraes)

A ex-funcionária pública conta que quando criança não tinha muitos brinquedos para brincar, e que por isso ela se divertia apenas com os emprestados pelos vizinhos. Terezinha relata que isso mudou em 1962, quando ganhou do seu padrinho sua primeira boneca batizada carinhosamente de Marília. Desde então surgiu a vontade de começar uma coleção. “Quando ganhei a Marília, eu tinha apenas oito anos, mas prometi que quando crescesse iria estudar, trabalhar e ganhar dinheiro para comprar muitas bonecas e brinquedos”, comenta.

E assim foi feito, ela conseguiu por meio de doações, presentes e compras reunir um acervo de mais de sete mil brinquedos e bonecas, foram mais de 40 anos reunindo os itens. Por conta de vários pedidos de pessoas que desejavam conhecer sua coleção, em 1999 ela resolveu inaugurar com a ajuda e incentivo de sua filha Ana Flávia, a primeira versão do Museu, que ficava no Bairro Flamboyant, onde permaneceu por dois anos, mas que foi fechado por questões pessoais da colecionadora.

O museu foi reaberto em um novo endereço em 2014, com a coleção reorganizada. Agora com uma biblioteca com catálogos de bonecas que Terezinha disponibiliza para quem tem alguma dúvida sobre a origem do brinquedo que possui em casa.

A aposentada conta que as dificuldades financeiras para manter o funcionamento do museu ainda são grandes, visto que ela não recebe nenhum tipo de auxílio do Governo para arcar com as despesas, e por isso cobra uma taxa de R$ 10,00 na entrada para ajudar nos gastos. “Se nós tivermos patrocínio deixaremos aberto ao público, mas aqui tem muitos custos. Como o de energia, pois as bonecas têm que ficar em local fresco, se não se deterioram”, explica Terezinha.

O projeto da abertura de uma loja virtual, é um dos planos que a filha da proprietária tem para contribuir com a renda do museu. O processo está em andamento e vai funcionar com a venda de brinquedos repetidos na coleção. “Existe uma grande demanda de pessoas que entram em contato com a gente, querendo adquirir algumas bonecas que fizeram parte da sua infância”, afirma Ana Flávia.

Apesar das barreiras e obstáculos, a aposentada garante que não tem a intenção de fechar as portas do local, que a coleção é uma realização pessoal que desperta sonhos e lembranças boas. “É gratificante ver o sentimento e a emoção das pessoas que visitam o museu e isso me alegra e motiva”.

Raridades

Não é apenas a quantidade de brinquedos que impressiona, mas também a variedade de

relíquias que marcaram gerações, como a grande coleção de bonecas Barbie que conta com o primeiro exemplar da boneca lançada em 1959. Também pode ser encontrada no museu a réplica da miss universo da década de 60, Ieda Maria Vargas, além da primeira boneca da Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo, exibida pela TV Tupi na década de 50.